terça-feira, dezembro 05, 2006

Não se desespere por não saber usar sua HP

Gustavo Avellar
A cada novo semestre mais alunos compram calculadoras HP. Infelizmente, grande parte destes alunos não sabe utilizar ou não conhece bem o que a HP pode fazer por ele. Para uma calculadora custar tanto, ela deve ter algumas funções bem interessantes, e tem. O objetivo dessa coluna do Resistor é mostrar ao leitor como utilizá-las.

Expansão em Frações Parciais e Transformada de Laplace
Alunos de ASL e Controle freqüentemente encontram problemas de Cálculo I e EDA enquanto resolvem seus exercícios. Por exemplo, dada uma função de transferência, encontrar a resposta ao impulso no tempo.
Digitamos a função de transferência com ajuda do Equation Writer, depois vamos ao menu ALG digitando ; + 4. Observe na figura abaixo que a variável X substitui a variável s.

Apertando a tecla F6 executamos a função PARTFRAC, e temos o resultado a seguir:

Em seguida, vamos para o menu CALC apertando : + 4 e depois DIFF, para entrar no menu de equações diferenciais:

Por fim, aperte F2 para executar a função ILAP, que é a transformada de de Laplace inversa. A variável X agora substitui a variável t.


Solução de Sistemas Lineares
Ao resolver circuitos utilizando o método das tensões de nó ou o método das correntes de malha sempre nos deparamos ao final de cada exercício com um problema de GAAL, resolver um sistema de equações lineares. Quando o sistema é de duas ou três equações, é bem fácil resolvê-lo, mas se esse número cresce, a resolução pode ser uma tarefa demorada e trabalhosa. Por exemplo, seja o seguinte sistema de equações:
25i1 – 5i2 – 20i3 = 50
–5i1 + 10i2 – 4i3 = 0
–5i1 – 4i2 + 9i3 = 0
Aperte ; + 7 para entrar no Numeric Solver. Em seguida escolha a opção 4. Solve Lin sys:

Aperte F1 (EDIT) e entre com os coeficientes do sistema:

Por fim, aperte F6 (SOLVE) e o sistema será resolvido:

Voltando para a tela inicial da HP, a resposta fica mais fácil de ser visualizada.


Se você tem alguma dúvida sobre calculadoras HP, entre em contato através do meu e-mail. Na próxima edição do Resistor posso responder sua dúvida aqui.

Engenharia X Reprovação


por Felipe Pinheiro e Luisa Rotsen


Era uma vez um rapaz que tinha boas notas no colégio, nunca pegava recuperação, estudava um ou dois dias antes das provas e assim mesmo se dava bem. Aí ele entrou pra faculdade e... bumm!! Uma reprovação ali, outra aqui, e o pobre bom aluno nunca mais foi o mesmo. Identificou-se com a história? É bem provável que sim...

Um levantamento realizado pelo professor Pedro Donoso Garcia, subcoordenador do curso de graduação em Engenharia Elétrica, confirmou o que nós já sabemos: os índices de reprovação entre os alunos do curso são altíssimos. A pesquisa, elaborada em fevereiro de 2005, inclui as turmas do primeiro e segundo semestres de 2001 a 2004. “Foram analisadas todas as disciplinas obrigatórias desde o primeiro ao sétimo período. Observamos que os alunos em geral apresentam média B nas disciplinas do ICEX e depois caem para D nos períodos mais avançados”, conta o professor.

Para se ter uma idéia, contabilizando apenas os alunos que cursaram as disciplinas até o final (descontando as desistências e trancamentos), matérias fundamentais como “Análise de Sistemas Lineares” e “Eletrônica I” apresentaram média de reprovação equivalente a 31%. Em “Análise de Circuitos Elétricos II” 36,3% dos alunos ficaram com conceito D e 26% foram reprovados, em média, entre 2001 e 2004. Pedro Donoso acredita que esses índices de reprovação são um problema muito sério. “O nosso curso tem conceito A no provão, o que indica que nós somos eficientes. Mas será que estamos sendo eficazes?”, pontuou o professor em entrevista ao RESISTOR.

As reprovações assim tão recorrentes já são consideradas comuns nos cursos de engenharia. De acordo com a Folha de São Paulo, a Engenharia Elétrica foi apontada como o curso de graduação mais difícil entre os 26 que participaram do provão de 2003. De todos os formandos nesta carreira que prestaram o exame, 18,3% acharam que a graduação deveria ter sido menos ou muito menos exigente. Já em outros cursos, como o de jornalismo, por exemplo, só 2,3% dos formandos disseram que a graduação deveria ter exigido menos ou muito menos. “Acho que o problema principal é a carga horária muito pesada. Muitas vezes a gente tem que optar por uma disciplina porque não dá tempo de estudar o suficiente pra todas”, diz o aluno Charles Bruno.

Os colegas Pedro Carvalho Pfeilsticker e Christian Pinto de Souza, do 5º período, acham que a carga horária não é o principal problema, mas sim a falta de motivação dos alunos. Segundo eles, pra passar não basta saber a teoria, mas tem que ter prática nos exercícios. “Os alunos acabam se dando mal porque falta um pouco de visão de conjunto, de aplicação mesmo. Muitas vezes a gente estuda uma matéria sem ter a mínima idéia de onde e como aquilo vai ser aplicado, e isso desmotiva”, concordam.

Boa Notícia

O coordenador do curso de Engenharia Elétrica, professor Alessandro Moreira, contou ao RESISTOR que acaba de ser finalizada uma avaliação completa do curso. Nos últimos três anos o Colegiado analisou os principais problemas da nossa graduação, como a perda de rendimento, estudou formas de melhoria e propôs uma nova versão curricular que deverá entrar em vigor no próximo semestre. A Reforma Curricular tem como objetivos principais: reorganizar os grupos de disciplinas optativas e garantir sua execução correta, distribuir melhor a carga horária do curso e privilegiar os conhecimentos considerados básicos da formação do engenheiro eletricista. “É importante que um engenheiro eletricista tenha os conhecimentos fundamentais das diferentes áreas que compõem a carreira. O aluno que cursa o certificado de Sistemas de Energias, por exemplo, deve ter pelo menos uma noção básica de comunicações”, afirma o coordenador.

Agora é só esperar, conferir as vantagens, pesar as opções e decidir entre migrar ou não para a nova versão curricular. De acordo com o coordenador Alessandro, não haverá dúvidas de que a Reforma oferece a alternativa mais adequada aos alunos.

GUIA DO CALOURO – Fui reprovado, e agora?


por Gregório Fonseca

Muitas vezes surge o dilema: “quais disciplinas eu vou cursar no próximo semestre?”. Mostraremos a seguir de algumas situações hipotéticas, e o que O Resistor aconselha em cada situação.

Situação 1: “Fui reprovado em Cálculo I!”
Sugestão: Ok, você começou o curso com o pé esquerdo, mas agora é bola pra frente. Não há muito o que fazer, pois só é possível cursar disciplinas de dois períodos consecutivos simultaneamente.
A sugestão d’O Resistor para o seu segundo período é a seguinte:
- Cálculo I;
- Algoritmos e Estruturas de Dados II;
- Fundamentos de Mecânica dos Sólidos e Fluidos;
- Fundamentos de Mecânica Ondulatória;
- Análise Numérica;
- Física Experimental EO;
- Formação em Ciências Humanas I;
- Formação em Ciências Humanas II.
A novidade em relação ao currículo padrão é a inclusão da disciplina Formação em Ciências Humanas II. Isso é sugerido pois caso contrário, só seria possível cursar 19 créditos no ICEx, que é um número baixo para o ciclo básico e, usualmente, o nível de exigência das disciplinas de ciências humanas é menor que o de ciências exatas. Dessa forma, cursar uma matéria não acarretaria um aumento considerável de dificuldade para o período. Essa hipótese considera que o aluno foi aprovado na avaliação de aproveitamento de estudos de Inglês Instrumental I.

Situação 2: “Fui reprovado em Equações Diferenciais A!”
Sugestão: O curso ia bem, mas de repente, a primeira reprovação. Já se passaram três períodos, o que já permite que o aluno se matricule em algumas disciplinas optativas. A sugestão d’Resistor para o seu quarto período é a seguinte:
- Equações Diferenciais A;
- Equações Diferenciais B;
- Fundamentos de Ótica;
- Fundamentos de Física Moderna;
- Eletrônica I;
- Laboratório de Circuitos Elétricos I;
- Laboratório de Sistemas Digitais;

E mais uma dentre essas disciplinas optativas:
- Desenho Técnico;
- Programação Orientada a Objetos;
- Informática Industrial;
- Introdução a Banco de Dados;
- Formação em Ciências Humanas II
A matrícula totalizaria então 24 créditos. O fato de o aluno estar cursando Equações Diferenciais A e B ao mesmo tempo não é considerado uma dificuldade partindo do princípio de que o aluno já cursou Equações Diferenciais A uma vez e foi reprovado, mas tem o conhecimento necessário para acompanhar o curso de Equações Diferenciais B. As disciplinas optativas sugeridas são disciplinas importantes e interessantes, mas que não exigem nenhum conhecimento prévio para acompanhá-las.

Situação 3: “Fui reprovado em Análise de Circuitos Elétricos I!”
Sugestão: Pra que você foi fazer isso? Daqui a dois anos você vai olhar para as provas que fez e pensar: “Não acredito que errei isso!”. Mas se você não conseguiu aprender em um semestre, é melhor fazer de novo mesmo: os conceitos estudados na disciplina vão acompanhá-lo diariamente, até o fim de seu curso, pelo menos! Seu quarto período pode ser então:
- Análise de Circuitos Elétricos I;
- Equações Diferenciais B;
- Fundamentos de Ótica;
- Fundamentos de Física Moderna;
- Laboratório de Sistemas Digitais;
- Análise de Sistemas Lineares;
E mais duas dentre essas disciplinas optativas:
- Desenho Técnico;
- Programação Orientada a Objetos;
- Informática Industrial;
- Introdução a Banco de Dados;
- Formação em Ciências Humanas I;
- Organização Industrial em Engenharia.

Caso você não trabalhe, não ajude em casa, não namore nem participe de nenhum projeto, monitoria, etc. (ou seja: estudar é sua única obrigação!), você pode se matricular em 3 disciplinas optativas, totalizando assim, 28 créditos. Sim, é muito, mas lembre-se: nessa situação a única coisa que você vai fazer durante a semana é estudar, não é mesmo? Não pode ser tão difícil assim...

Situação 4: “Fui reprovado em Análise de Sistemas Lineares!”
Sugestão: Pelo jeito você vai fazer o temido quinto período em partes! Saiba tirar proveito disso, se matriculando em:
- Análise de Sistemas Lineares;
- Eletromagnetismo;
- Laboratório de Eletrônica I;
- Sistemas de Medição;

E mais duas dentre essas disciplinas optativas:
- Desenho Técnico;
- Programação Orientada a Objetos;
- Informática Industrial;
- Introdução a Banco de Dados;
- Formação em Ciências Humanas II;
- Otimização;
- Sistemas Processadores e Periféricos;
- Fundamentos de Engenharia Biomédica;
- Organização Industrial em Engenharia.
Na atual situação do curso (5º período em diante), é muito desgastante cursar mais de 23 créditos por semestre, e não adianta nada você se matricular em muitas matérias e depois ser reprovado! Caso você já tenha em mente qual certificado de estudos vai seguir, é interessante escolher matérias do certificado, mas isso não é necessário, pois as disciplinas podem ser aproveitadas como optativas gerais.

Situação 5: “Fui reprovado em Eletromagnetismo!”
Sugestão: É fato que a maior parte dos alunos de engenharia elétrica considera Eletromagnetismo a disciplina mais difícil do curso, mesmo assim não é nada agradável ter que repetir o semestre. O grande problema agora, é que você só poderá fazer 10 créditos de disciplinas obrigatórias (partindo do princípio que você já cursou todas as outras disciplinas até o quinto período). O Resistor te aconselha a se matricular em:
- Eletromagnetismo;
- Laboratório de Eletrônica II;
- Probabilidade e Processos Estocásticos;

E mais três dentre essas disciplinas optativas:
- Desenho Técnico;
- Programação Orientada a Objetos;
- Informática Industrial;
- Introdução a Banco de Dados;
- Formação em Ciências Humanas II;
- Otimização;
- Sistemas Processadores e Periféricos;
- Fundamentos de Engenharia Biomédica;
- Organização Industrial em Engenharia;
- Inteligência Computacional;
- Processamento de Sinais;
- Instalações Elétricas Residenciais e Prediais;
- Fundamentos de Redes de Comunicação;
É importante verificar a quantidade de vagas disponíveis em cada disciplina, para não ocorrer surpresas. Como os alunos do sétimo período em diante realizam a matrícula antes dos demais, é possível consultar pelo site http://www.ufmg.br/gradua o número de vagas não ocupadas por estes antes de se matricular.

Exemplificamos aqui apenas algumas situações relativamente comuns no curso. No entanto, sabemos que cada aluno tem uma trajetória diferente no curso, e muitas vezes fica indeciso em relação às matérias que vai cursar no próximo semestre. O Resistor recomenda que os alunos conversem com colegas de períodos mais adiantados, membros do Grêmio Estudantil, membros d’O Resistor ou mesmo colegas de classe antes de realizarem sua matrícula. Com muita gente opinando pode ser mais fácil tomar uma decisão!

Tempo de faculdade, aprenda com ele.


por Fábio Martins

Vivemos pressionados pelo tempo. No dia-a-dia, corremos para cumprir nossas tarefas dentro de prazos rígidos e apertados. Temos pressa, principalmente, de “chegar lá”. Vemos na televisão e lemos nos jornais casos de jovens que se tornaram famosos aos 20 anos ou ganharam seu primeiro milhão antes dos 30. A expectativa da família, dos amigos e da sociedade nos deixa ansiosos para saber quando finalmente estaremos no topo e por que ainda não chegamos lá.

Mas não existe idade certa para alcançar o sucesso. Pode ser aos 20, 40, 60 ou 80 anos. Não é possível estipular um tempo para chegar aonde se deseja. Acontecerá quando tiver que acontecer. Lembre-se sempre: caso você se baseie num padrão ou num modelo determinado, correrá o risco de não usufruir aquilo que pode conquistar.

As pessoas de grande sucesso são aquelas para quem o destino sorri, não é mesmo?
Não, na verdade, não é. As pessoas de sucesso chegam onde estão seguindo um plano estratégico. Elas aprendem o que é preciso fazer para alcançar o que desejam.

Nós entendemos perfeitamente que, para construir uma casa, é necessário um projeto, mas algumas vezes esquecemos que para construir uma vida bem-sucedida também é necessário ter um projeto. Se estivesse preparando um sanduíche, você iria fazê-lo na ordem certa. Primeiro, uma fatia de pão, depois o recheio e o molho e, em seguida, a outra fatia de pão. Não teria sentido mudar a ordem. Ainda que gostasse muito de mostarda, você não a colocaria no prato primeiro. No entanto, muitas vezes, quando estamos definindo metas, apesar de saber a seqüência dos passos necessários, somos tentados a pular os mais trabalhosos e menos excitantes. Só que pular etapas pode atrapalhar o andamento do processo e ainda acabar gerando frustração.

Resista à tentação. Aprecie o processo, sabendo que o sucesso do resultado final depende da dedicação a cada uma das etapas do projeto. Da mesma forma se quisesse chegar a um destino desconhecido, você provavelmente escreveria as orientações para não se perder. Mas quando está planejando o caminho a ser percorrido na sua vida, suas metas e o que precisa para alcança-las, você provavelmente não escreve nada. Pense nisso - por que você não coloca no papel algumas diretrizes para as jornadas mais significativas, aquelas que vão interferir profundamente na sua vida?

Escrever seus planos, metas e idéias faz com que eles se tornem mais reais para você. Ao escrever, você percebe falhas e descobre outras alternativas em que não havia pensado antes. Cada passo que você dá para definir o que quer e o que precisa fazer para chegar aonde quer aumenta suas chances de realmente atingir seus objetivos.

Por fim, quem não se lembra do seu primeiro boletim de notas escolares? Nós levávamos essas avaliações para casa, muitas vezes temerosos da reação de nossos pais. Desde pequenos aprendemos a importância dos resultados. Ganhávamos presentes quando tirávamos notas altas ou ficávamos proibidos de sair ou jogar vídeo game quando as notas eram baixas. Bom comportamento era motivo de sorrisos e aplauso, enquanto bagunça no quarto era sinônimo de cara fechada dos pais ou castigo.

Muito cedo descobrimos que precisávamos ser os melhores naquilo que fazíamos. Pela vida afora continuamos a carregar conosco essa necessidade muitas vezes desesperada de aprovação. Ainda hoje perseguimos o sucesso para obter aprovação dos pais, de nossos parceiros, amigos, colegas ou supervisores. Mas tirar boas notas para agradar aos pais, destacar-se na faculdade apenas para responder às expectativas de outros e ser brilhante na carreira para receber aplausos pode dar um prazer passageiro, mas não faz a real felicidade de ninguém. Depender da aprovação dos outros é desligar-se de si mesmo, é desconhecer seu próprio desejo e sua capacidade de auto-avaliação. É abrir mão do seu verdadeiro valor.

Viva seu tempo de faculdade como sendo um tempo para reflexão do seu “eu”, mesmo que pareça muito filosófico para alunos de engenharia. Temos que ter sempre em mente que estamos na faculdade não apenas para “aprender matérias”, mas também para aprender a viver. Em nosso futuro emprego serão cobradas, além do nosso potencial de cálculo ou análise de projetos, outras competências que não se aprendem dentro de sala, mas esse assunto fica para próxima...

O primeiro leitor d'O Resistor


Hoje, nos corredores do PCA, a primeira edição do jornal foi distribuída.
O leitor Lucas Teixeira Peres foi contemplado com o primeiro exemplar!
Na foto, Gregório entregando a edição, no GEEE.

sábado, novembro 11, 2006

Pouca gente sabe, mas existe um segredo muito bem guardado sobre o funcionamento dos componentes eletrônicos.
Cada componente tem, dentro dele, uma espécie de "fumaça". Enquanto o componente mantiver essa fumaça dentro dele, as montagens funcionam. A partir do momento que a fumaça "vaza", o desempenho de todo o circuito é comprometido, e a única maneira de recuperá-lo, é recolocando a fumaça no componente. No entanto, até hoje ninguém descobriu como se faz isso, então a alternativa é trocar o resistor, capacitor, etc...

quinta-feira, novembro 09, 2006

Teste, um dois três!

O Resistor no ar!