terça-feira, dezembro 05, 2006

Tempo de faculdade, aprenda com ele.


por Fábio Martins

Vivemos pressionados pelo tempo. No dia-a-dia, corremos para cumprir nossas tarefas dentro de prazos rígidos e apertados. Temos pressa, principalmente, de “chegar lá”. Vemos na televisão e lemos nos jornais casos de jovens que se tornaram famosos aos 20 anos ou ganharam seu primeiro milhão antes dos 30. A expectativa da família, dos amigos e da sociedade nos deixa ansiosos para saber quando finalmente estaremos no topo e por que ainda não chegamos lá.

Mas não existe idade certa para alcançar o sucesso. Pode ser aos 20, 40, 60 ou 80 anos. Não é possível estipular um tempo para chegar aonde se deseja. Acontecerá quando tiver que acontecer. Lembre-se sempre: caso você se baseie num padrão ou num modelo determinado, correrá o risco de não usufruir aquilo que pode conquistar.

As pessoas de grande sucesso são aquelas para quem o destino sorri, não é mesmo?
Não, na verdade, não é. As pessoas de sucesso chegam onde estão seguindo um plano estratégico. Elas aprendem o que é preciso fazer para alcançar o que desejam.

Nós entendemos perfeitamente que, para construir uma casa, é necessário um projeto, mas algumas vezes esquecemos que para construir uma vida bem-sucedida também é necessário ter um projeto. Se estivesse preparando um sanduíche, você iria fazê-lo na ordem certa. Primeiro, uma fatia de pão, depois o recheio e o molho e, em seguida, a outra fatia de pão. Não teria sentido mudar a ordem. Ainda que gostasse muito de mostarda, você não a colocaria no prato primeiro. No entanto, muitas vezes, quando estamos definindo metas, apesar de saber a seqüência dos passos necessários, somos tentados a pular os mais trabalhosos e menos excitantes. Só que pular etapas pode atrapalhar o andamento do processo e ainda acabar gerando frustração.

Resista à tentação. Aprecie o processo, sabendo que o sucesso do resultado final depende da dedicação a cada uma das etapas do projeto. Da mesma forma se quisesse chegar a um destino desconhecido, você provavelmente escreveria as orientações para não se perder. Mas quando está planejando o caminho a ser percorrido na sua vida, suas metas e o que precisa para alcança-las, você provavelmente não escreve nada. Pense nisso - por que você não coloca no papel algumas diretrizes para as jornadas mais significativas, aquelas que vão interferir profundamente na sua vida?

Escrever seus planos, metas e idéias faz com que eles se tornem mais reais para você. Ao escrever, você percebe falhas e descobre outras alternativas em que não havia pensado antes. Cada passo que você dá para definir o que quer e o que precisa fazer para chegar aonde quer aumenta suas chances de realmente atingir seus objetivos.

Por fim, quem não se lembra do seu primeiro boletim de notas escolares? Nós levávamos essas avaliações para casa, muitas vezes temerosos da reação de nossos pais. Desde pequenos aprendemos a importância dos resultados. Ganhávamos presentes quando tirávamos notas altas ou ficávamos proibidos de sair ou jogar vídeo game quando as notas eram baixas. Bom comportamento era motivo de sorrisos e aplauso, enquanto bagunça no quarto era sinônimo de cara fechada dos pais ou castigo.

Muito cedo descobrimos que precisávamos ser os melhores naquilo que fazíamos. Pela vida afora continuamos a carregar conosco essa necessidade muitas vezes desesperada de aprovação. Ainda hoje perseguimos o sucesso para obter aprovação dos pais, de nossos parceiros, amigos, colegas ou supervisores. Mas tirar boas notas para agradar aos pais, destacar-se na faculdade apenas para responder às expectativas de outros e ser brilhante na carreira para receber aplausos pode dar um prazer passageiro, mas não faz a real felicidade de ninguém. Depender da aprovação dos outros é desligar-se de si mesmo, é desconhecer seu próprio desejo e sua capacidade de auto-avaliação. É abrir mão do seu verdadeiro valor.

Viva seu tempo de faculdade como sendo um tempo para reflexão do seu “eu”, mesmo que pareça muito filosófico para alunos de engenharia. Temos que ter sempre em mente que estamos na faculdade não apenas para “aprender matérias”, mas também para aprender a viver. Em nosso futuro emprego serão cobradas, além do nosso potencial de cálculo ou análise de projetos, outras competências que não se aprendem dentro de sala, mas esse assunto fica para próxima...

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito motivante esse texto! Parabéns